Quando penso naquela noite, é como se tudo deixasse de fazer sentido, e os contos de fadas que tanto me contaram quando ainda era apenas uma criança se tivessem traçado em cima de farsas, mentiras, ilusão.
Será que de fato, o amor é o sentimento mais forte que existe? Ou este é apenas mais uma imagem que criamos para sentirmo-nos forte, encontrar uma espécie de refúgio...uma fortaleza que nos acolhe desse caos de sentimentos?
Sinceramente... nada mais sei. Me foge a capacidade de conciliar o real com o imaginário, o ilusório, as fantasias...
Me ensinaram desde pequenina que deveria encontrar um amor firme, que me protegesse e me trouxesse a tão desejada felicidade, mas ao contrário de tudo o que aprendi, o amor não era isso. Disseram-me que deveria buscar a minha meia laranja, e que com certeza a encontraria, mas quando a encontrei, passei por tantas coisas desnecessárias, coisas estas que poderiam ser evitadas se não tivessem me ensinado que este era o certo.
No fim, restou apenas a minha metade, sem suco, sem cor, restou-me apenas o bagaço dessa fruta doce e amarga ao mesmo tempo, que segundo dizem, fortalece. Restava solidão, angústia, medo de seguir em frente, medo de errar novamente...dor. E com tudo... apesar de tudo, restou saudade.
Naquela noite, quando me humilhei pela ultima vez ao perguntar se ainda me amava, para quebrar o castigo que a mim havia imposto...o castigo do silêncio...você simplesmente me olhou nos olhos e respondeu: "Amor não é tudo". Para os homens isso pode não ser tão intenso, mas para uma mulher, é como partir-lhe o coração ao meio e arrancar deste tudo de bom que o habita. Com isso, despertou em mim o rancor, o ódio, a angústia, e transformas-te uma mulher que um dia seguia doce em apenas mais um ser humano, do tipo que acorda pra vida, e leva consigo a maldade que esta carrega. Conseguis-te fazer de mim alguém que magoa, que pisa, que quebra, e que no fim, transforma outros corações em pedra, assim como fizeste com o meu.
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