Não sei se algum dia irá ler as inúmeras cartas que lhe dediquei, sem ao menos citar seu nome, mas pelo menos desabafo aqui no meu canto pessoal, para que algum dia eu possa seguir em frente sem mágoa, sem rancor nem dor ao lembrar do passado.
Não digo que de todo foi ruim, houverão momentos de felicidade e paz, mas se formos somar ao todo, a tristeza ganha em peso pelo tempo que passamos juntos. As brigas, o desrespeito, a falta de consideração.
As vezes sinto saudade...
Sinto falta de quando viajávamos e ao longo do percusso eu seguia sem sessar acariciando-lhe os cabelos.
Sinto falta de quando permitia-me ser apenas uma garota de 18 anos e fazer birra para que você me fizesse vontades, que no fim, acaba cedendo as minhas artimanhas.
Sinto falta de dizer...eu te amo !
Mas não... nada disso faz sentido. Hoje eu sei que de nada adiantaria retomar o passado pelas mãos como se este fosse uma criança aprendendo os primeiros passos para poder lhe dar apoio, no final, as coisas seriam exatamente como foram. Não deu certo, iríamos cair no mesmo erro, mas desta vez com o coração carregado de mágoas e decepções irreversíveis.
Quando construímos a pirâmide do amor que nos une talvez até hoje, colocamos nesta tudo de bom que havia em ambos, mas para nos castigar de coisas desnecessárias fomos decaindo... tirando degrau por degrau, tijolo por tijolo. Um beijo antes de dormir, um dia sem fazer amor, uma noite separados, um eu te amo ! Com isto, destruímos o que de melhor havia entre nós, não soubemos regar a flor que havia nascido e aos poucos ela foi morrendo, sem que pudéssemos perceber,e quando por fim nos demos conta do que se passava já era tarde demais. O fim já se fazia presente e não havia mais como reatar, como ressuscitar o amor, pois este já havia partido seguindo sem direção, para vales que desconheço.
O que nos resta é aceitar e seguir adiante, pois a vida acontece agora, e o que passou não tem concerto, só lembranças.
Espero que seja feliz.
Lola.
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